pílulas de raiva coletiva
provavelmente, vou ser muito julgada. e tudo bem. não ligo de ser chamada de isentona ou alienada, pois não me importo no fundo. meus valores são fortes o suficiente pra resistir a toda essa toxidade de ambos os lados. eu não sou boa o suficiente pra discutir política, e preciso ser honesta. pelo menos, não sou boa com aquela política de espectro ideológico, com noções de esquerda versus direita, liberal versus conservador. e tem muitos motivos pra isso.
geralmente, é melhor ganhar na política sendo uma pessoa agressiva. isso só me dar a entender que você só é entendido se for uma pessoa arrogante e brava, por vezes se mostrando até insuportável. mesmo defendendo um ponto de vista saudável e humano, a pessoa deve ser rude e ir na ofensiva. parece que todo mundo quer direito de resposta, ou responder acima de todo mundo, atacar quem pensa diferente. entendo que quem entra na política deve ser firme e assertivo, ainda mais em cargos de destaque. mas me parece que, nesse jogo, ganha quem cria sua melhor armadura pra esconder suas fragilidades, enquanto late alto para seus rivais (que podem se aliar tempos depois).
pior que a arrogância e a raiva excessiva na política, só os fandons de políticos que adotam a mesma postura. boa parte deles se encontram na internet, e até por essa questão e outras mais que mal uso algumas redes. e quem me dera que só ficassem lá, pois eles se espalham pra vida real e repetem tudo que leem e ouvem na sua bolha virtual e nos canais de televisão. e não importa o quanto falem ou avisem, sempre serão restritos a um ponto de vista: a de seu político favorito. eles conseguem ser piores que haters de celebridades, fãs que rivalizam e matam divas pop aos poucos, comentaristas de reality show populares, e torcidas organizadas de futebol. todos esses grupos juntos não são tão fortes na toxidade quanto aquele que adota um político ou uma ideologia de estimação.
é uma visão minha de vida. você pode discordar se quiser. pode até me atacar, que nem ligo. mas é um fato: eu não consigo me conectar com a política de mainstream, sempre agressiva e nociva. é exaustivo, é tóxico. me causa, até agora, estresse e desesperança pela humanidade. eu não consigo me filiar totalmente a uma ideologia de forma jogada, sem uma observação prévia dos prós e contras. eu prefiro minha manifestação solo e sutil, e em poucos momentos para não me sobrecarregar emocionalmente.
eu sei que ter um posicionamento é importante. ter valores sólidos é fundamental, e gosto muito de expressar meus pontos de vistas, sobretudo as sociais e identitárias. mas não gosto dessa restrição que impõem desde antes de 2018. tomar a pílula vermelha ou a verde-amarela? sendo sincera, não me vejo tomando essas duas. elas parecem fazer mal, e já vi os efeitos colaterais em quem escolheu sem pensar. mas eu devia tomar mesmo assim, de acordo com a sociedade. eu não tenho escolha. mas... mesmo depois de tudo, posso ter a minha própria ideologia? posso não tomar partido de político? posso criticar a atitude de um candidato sem ser xingada, mesmo aquele com o qual concorde? posso nem querer tocar nisso sem que falem que só me silenciei por um interesse ou seletividade qualquer? política até pode amadurecer, mas me custa muita saúde mental. sinto muito se, um dia, meus poucos posicionamentos futuros decepcionarem alguém. não era a minha intenção agradar e esquecer da minha moral. e nunca vai ser.
eu não sei mais o que pensar. eu não tenho muita fé no meio social. eu prefiro minha própria caminhada, meus próprios valores internos. inevitavelmente, vou tomar o veneno de uma das pílulas disponíveis pra hoje. talvez, a que causou menos estrago em longo tempo. os anos recentes foram doloridos e desgastantes. mas, ainda tomando, vou dar meu jeito de fragmentar a pílula escolhida ao ponto de ser menos nocívo pra mim. eu não quero ser só mais uma movida pela raiva coletiva.
💜 X'nO, Lilac P
geralmente, é melhor ganhar na política sendo uma pessoa agressiva. isso só me dar a entender que você só é entendido se for uma pessoa arrogante e brava, por vezes se mostrando até insuportável. mesmo defendendo um ponto de vista saudável e humano, a pessoa deve ser rude e ir na ofensiva. parece que todo mundo quer direito de resposta, ou responder acima de todo mundo, atacar quem pensa diferente. entendo que quem entra na política deve ser firme e assertivo, ainda mais em cargos de destaque. mas me parece que, nesse jogo, ganha quem cria sua melhor armadura pra esconder suas fragilidades, enquanto late alto para seus rivais (que podem se aliar tempos depois).
pior que a arrogância e a raiva excessiva na política, só os fandons de políticos que adotam a mesma postura. boa parte deles se encontram na internet, e até por essa questão e outras mais que mal uso algumas redes. e quem me dera que só ficassem lá, pois eles se espalham pra vida real e repetem tudo que leem e ouvem na sua bolha virtual e nos canais de televisão. e não importa o quanto falem ou avisem, sempre serão restritos a um ponto de vista: a de seu político favorito. eles conseguem ser piores que haters de celebridades, fãs que rivalizam e matam divas pop aos poucos, comentaristas de reality show populares, e torcidas organizadas de futebol. todos esses grupos juntos não são tão fortes na toxidade quanto aquele que adota um político ou uma ideologia de estimação.
é uma visão minha de vida. você pode discordar se quiser. pode até me atacar, que nem ligo. mas é um fato: eu não consigo me conectar com a política de mainstream, sempre agressiva e nociva. é exaustivo, é tóxico. me causa, até agora, estresse e desesperança pela humanidade. eu não consigo me filiar totalmente a uma ideologia de forma jogada, sem uma observação prévia dos prós e contras. eu prefiro minha manifestação solo e sutil, e em poucos momentos para não me sobrecarregar emocionalmente.
eu sei que ter um posicionamento é importante. ter valores sólidos é fundamental, e gosto muito de expressar meus pontos de vistas, sobretudo as sociais e identitárias. mas não gosto dessa restrição que impõem desde antes de 2018. tomar a pílula vermelha ou a verde-amarela? sendo sincera, não me vejo tomando essas duas. elas parecem fazer mal, e já vi os efeitos colaterais em quem escolheu sem pensar. mas eu devia tomar mesmo assim, de acordo com a sociedade. eu não tenho escolha. mas... mesmo depois de tudo, posso ter a minha própria ideologia? posso não tomar partido de político? posso criticar a atitude de um candidato sem ser xingada, mesmo aquele com o qual concorde? posso nem querer tocar nisso sem que falem que só me silenciei por um interesse ou seletividade qualquer? política até pode amadurecer, mas me custa muita saúde mental. sinto muito se, um dia, meus poucos posicionamentos futuros decepcionarem alguém. não era a minha intenção agradar e esquecer da minha moral. e nunca vai ser.
eu não sei mais o que pensar. eu não tenho muita fé no meio social. eu prefiro minha própria caminhada, meus próprios valores internos. inevitavelmente, vou tomar o veneno de uma das pílulas disponíveis pra hoje. talvez, a que causou menos estrago em longo tempo. os anos recentes foram doloridos e desgastantes. mas, ainda tomando, vou dar meu jeito de fragmentar a pílula escolhida ao ponto de ser menos nocívo pra mim. eu não quero ser só mais uma movida pela raiva coletiva.
💜 X'nO, Lilac P
off: acho que esse foi um dos poucos textos em que realmente dou um posicionamento político aos moldes do que se espera (já falo de causas sociais e identitárias há um bom tempo, e dizem que isso também é relacionado a política). mas deixo avisado que tudo o que menos quero é ficar me envolvendo nisso o tempo todo. o texto reflete muito do que penso nesses últimos tempos, em que tudo é na base da "direita versus esquerda". eu vejo o quanto de estresse isso causa, inclusive em mim. eu não quero me obrigar a falar o tempo todo. só quero fazer o que posso, não me deixar levar por qualquer paixão ou fúria desmedida, e me manter bem independente de quem vai governar o país. só queria também que cada pessoa tivesse seu tempo respeitado. que eu também tivesse meu tempo respeitado. enfim, mesmo que haja discordância, vamos respeitar e nos respeitar.
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