2.0 (dois ponto zero)
faz duas décadas em que estou aqui. estou conhecendo o mundo agora. vou conviver com (na realidade, já conheço) gente que conheceu o computador na infância ou adolescência, enquanto eu já tinha lembranças disso nos meus primeiros anos de vida. eu vou tentar ter uma formação na área que escolhi trabalhar, enquanto eu trabalho pra já conseguir me sustentar com algo que gosto muito de fazer.
ano passado, eu estive mal. eu vivia meu caos interno. mesmo assim, tentei buscar formas de amenizar toda a minha angústia por outros meios. aulas de teatro, música, produzir algo além dos estudos... qualquer coisa que me faça esquecer de que devo começar 2020 entrando na faculdade. consegui, mas não me sentia satisfeita de verdade. a mudança de estado, indo para uma casa ruim, só me fez mais triste e sem perspectiva de futuro. foi só sair da casa anterior que as coisas começaram a melhorar.
quando tudo parecia ficar bem, a pandemia fez os planos de todo mundo virar de cabeça pra baixo. a faculdade não começou, e não conheci todos os pontos e locais famosos do meu novo estado. tudo estava um caos. todes viam incertezas e se perguntavam como iriam sair dessa. há gente que se viu totalmente desesperançosa em meio a um mundo atípico. eu poderia ter ficado assim. mas algo me fez ter uma ideia.
eu comecei a postar textos. vi que eu poderia dar um respiro a alguém com as minhas palavras. posso não ter alcançado muita gente, mas isso me faz bem demais. esperava ajudar pelo menos uma pessoa a escapar da realidade, e ganhei amizades até mesmo fora do país. tive meu estresse com a situação e comigo mesma, mas tudo passou e eu soube me virar com as emoções ao extremo. a garota solitária que já tentou tanta coisa na internet, que esteve triste e perdida ao ver o que era o mundo real, agora achou uma grande alegria nas postagens de textos bestas que resumem seus sentimentos e opiniões.
aprendi que certos momentos doloridos são necessários para crescer, e que teria que saber o que é estar por baixo pra saber o que é o topo. os meus 18 e 19 anos foram os anos em que mais senti tristeza e ansiedade por conta da vida adulta e da incerteza do futuro. mas se não fosse esses anos, eu não teria forças e ideias e empatia e loucura suficientes pra querer fazer algo diferente. eu não iniciaria esse perfil se não tivesse a minha base emocional e a minha experiência pra mostrar que é possível ser forte em meio a um mundo perdido.
estou entrando no meu novo ano. e já começo vendo que é a primeira vez na minha vida em que percebo, de verdade, que amadureci e ainda amadureço. não cresço mais por tamanho, mas cresço por dentro. ainda me sinto uma adolescente, ainda quero fazer coisas idiotas de jovem, mas estou mais consciente dos efeitos que posso causar mesmo sem ser grande. eu estou começando a saber o que é ser adulta.
💜 X'nO, Lilac P
off 1: 22 anos hoje e tá tudo um caos, há-há (mas tá melhorando)
off 2: me digam que não sou a única pessoa que pegou o surto coletivo do tudo-e-qualquer-coisa com tema de unicórnio na segunda metade dos anos 2010, e também outros surtos da década, como Rainbow Loom e Club Penguin. tá tudo passando rápido e durando pouco... mas emfim, bons tempos 🦄

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