aleatoriedades recentes do admirável mundo novo
eu era a pessoa que lia em pouco tempo. tem livro que terminava em um dia. foram-se os tempos bons. e logo, houve um período onde passei por um grande marasmo sem leituras prazerosas, onde estava muito pressionada para alcançar uma glória fantasiosa chamada "passar no ensino médio e vestibular". isso me travou muito. para voltar a apreciar literatura de forma completa, foi bem a passos pequenos, tendo que me colocar para ler os livros das faculdades, mesmo sem me interessar (até porque preciso disso para avaliações). estive tentando voltar meu hábito de leitura por audiobooks que encontro no Spotify. felizmente, li um mês passado. e é bom comemorar isso, pois me disseram que comemorar as pequenas conquistas faz bem pra saúde mental.
é estranho. minhas prioridades mudaram muito. antes, não queria, necessariamente, achar um emprego. hoje, penso se pode ser uma boa ideia, pois me parece que a minha situação e a situação geral ao meu redor não me parece a mesma de antes, até mesmo quando estava no limbo entre ensino médio e faculdade. uma avó demandando mais cuidados do que eu demandava quando nova. um futuro incerto no país e no mundo. as empresas exigindo cada vez mais até de quem é jovem aprendiz. competição com as tecnologias avançadas, e nunca se sabe quando vai ser substituíde por uma inteligência artificial ou um robô.
a gente vive uma era zoada, onde umas pessoas pensam que a humanidade está pronta pra habitar Marte, e outras argumentam que não devemos pensar nisso quando temos guerras, confrontos de poder, ganância e mudanças climáticas cada vez mais intensas. tempos modernos? um habitante de país pobre, ainda com o telefone que víamos nos anos 90, não diria isso. se bem que nem mesmo uma mulher de país estável e de classe média diria que vivemos uma grande modernidade, quando não há uma compreensão justa das suas questões. e entre uma divisão justa de tempo para priorizar sua família e abrir mão da vida pra trabalhar até ter burnout, é mais fácil voltar a ser dona de casa, como nos velhos tempos patriarcais.
acho que tenho muito mais a me preocupar agora do que ficar o dia todo nas redes, ou simplesmente fazer nada em casa. minha ingenuidade ficou na Americanas. não há nada que eu possa fazer quanto a isso. ainda faço meu melhor aqui, e estarei fora tentando alcançar o máximo para me estabilizar nesse admirável mundo novo.
💜 X'nO, Lilac P

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