amanhã selvagem
não tenho muita escolha a não ser crescer. não que eu veja algo errado nisso. na verdade, fico até bem em saber disso. fico bem até com o fato de não me ver encaixada aqui, pois não vejo futuro numa sociedade quebrada, que se diz civilizada, mas que tá quase perto da incivilização do passado. apesar disso, tenho um pouco de fé em mim e na minha agilidade. eu teria que ser flexível e aberta se quiser sobreviver na selva de pedra. então, serei tão flexível e aberta como um elástico de cabelo, e vai ser nos meus próprios termos.
não há nada mais que as pessoas podem fazer por mim. eu tinha ingenuidade demais pra esse mundo, mas há pouco espaço pra ela. posso mantê-la num pote pra tirar quando me convém lembrar de mim. só que não posso me esquecer que não sou mais uma filhotinha. minha família não vai me salvar pra sempre. e não vai ser um príncipe que vai me salvar no lugar, tampouco o sistema. sou eu mesma que me salvarei. sempre foi assim, e sempre vai ser. posso ter apoios, mas sei do meu valor o suficiente pra diferenciar apoio de dependência. e a minha dependência emocional foi longe demais.
cansei da ruminação. cansei do passado. voltar pra lá o tempo todo não vai me ajudar mais. eu tenho vida aqui. eu tenho sonhos aqui. tenho quem depende de mim. não era pra ser assim. não era pra estar em tempos tão nebulosos, com uma avó em estado tão disperso, quando chegasse realmente minha vez. mas como falei, não tenho escolha. eu vou ter que me arriscar mesmo assim, consciente de um amanhã selvagem na instabilidade humana onde me vejo.
💜 X'nO, Lilac P

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