a incrédula trouxa

minha cabeça ainda dói. estou descrente de um monte de coisa. me parece que tudo perdeu sentido, e só quero ficar distante até da minha família. percebi que vai ser assim por um bom tempo. estresse será algo cada vez mais comum, mesmo com coisas que amo. aceitar as dores da vida não é algo o qual sou realmente boa, mas não posso dizer que não tento. não dá pra escapar do destino, ou do karma, ou das consequências dos atos. não dá pra deixar os momentos ruins de lado, mesmo que eu quisesse muito. vê uma possível vantagem me parece interessante, embora esteja bem difícil ver alguma coisa até de óculos de grau.

não sou a melhor pessoa do mundo pra te ensinar sobre produtividade agora. só tô procrastinando a leitura de um livro da faculdade por não gostar dele. mas sou boa em transformar frustrações da vida em conteúdo, inclusive essa procrastinação, então sou um tico produtiva dessa forma. odeio passar por um monte de estímulos externos e estar em estado constante de meltdown. só que foi importante pra explorar ao máximo o que o meio tem a me oferecer de melhor. logo me recuperaria estando longe de barulho e luz extrema. só preciso de um tempo longe do celular. odeio deixar tarefas pra depois. porém, preciso de um tempo livre quietinha descansando dos estímulos, ou observando melhor como executar essa tarefa. isso não é procrastinação. é produtividade e estratégia.

o bom dessas visões conflitantes e contraditórias é que me distraio fácil do mundo ao meu redor e do meu fracasso iminente. eu sou só mais uma besta tentando me destacar na sociedade, sabendo que não sou tão incrível assim. a realidade é que minha resiliência é mais teimosia e resistência. eu não sou, necessariamente, uma garota exemplar. poderia elaborar um plano incrível pra encriminar um esposo hipotético, mas sou resistente demais pra isso. não teria paciência, e não quero fazer mal a ele (e também tem formas mil vezes melhores de despachar um boy lixo, como término ou divórcio). não tem como escapar do meu espírito indolente inocente. odeio momentos ruins, e passo por eles sem dá muito valor pra eles, pois quero acreditar que há algo melhor no caminho. sim, sou uma incrédula trouxa, e me prefiro assim.

penso que vou precisar olhar por detalhes melhores no futuro. o mundo anda louco, exigente, em pé de guerra fria. pessoas tomam lados sem avaliar as vantagens e desvantagens. direita ou esquerda? que tal um mapa interno e sem piloto automático alienado, que escolhe caminhos sem pensar? infelizmente, não tem muito o que fazer nesse meio tão instável. me sinto anestesiada demais pra pensar numa solução. me deixe quieta nas meus desencantos, por favor.

💜 X'nO, Lilac P