2.3 anos
off: desde já, peço mil desculpas pelo sumiço e falta de atualizações. estive num momento bem mais complicado e tumultuado do que antes, considerando toda a situação da minha avó. não sei quando vou voltar totalmente. só sei que não gostaria de deixar o meu aniversário passar em branco (parabéns? pela segunda vez que deixa o blog/perfil desatualizado por muito tempo? não vou remoer isso agora). quando estiver tudo melhorzinho e eu estiver mais adaptada, vou deixar uma imagem bonitinha aqui (sim, vou ficar devendo montagem, vai ser só o texto por enquanto) volto a postar com mais frequência e no ritmo de antes, e explico com os meus textos o que foi acontecendo na minha vida. só deixo essa reflexão sobre meu aninho passado, só pra dizer que tô bem. amo vocês, e até breve 💖
nunca vivi um ano tão aprofundado quanto esse. e também, tão complexo de acontecimentos e aprendizados. achava que a pós-pandemia iria ser mais tranquila e feliz... até teve lembranças boas, mas trouxe cada questão complicada e difícil... tanto fora de mim, quanto dentro.
eu vivi a crise dos 20 e poucos anos, e a sensação de não ter vivido o suficiente e dominou por meses. em algumas teorias atuais, a adolescência acabaria aos 24 anos. ou talvez, eu esteja só num estado de não me sentir adulta o suficiente, mesmo sendo maior de idade. e o ruim é que tem millenial se sentindo assim aos 30, e não julgo por isso. nem eu me sinto zoomer o suficiente, e acho que zillenial se encaixa melhor pra minha situação atual. sem lembranças do My Space, velha o suficiente pra achar o Tik Tok uma incógnita incompreensível, e levemente arrependida de não ter tido um Tumblr nos seus tempos de ouro só pra ter passabilidade pra me chamar de Tumblr Girl (e logo depois de uma rápida reflexão, um tico aliviada considerando situações de glamurização de transtornos mentais, magreza excessiva e hipersexualização ou pedofilia).
eu não estava me sentindo eu de fato. num momento curioso de minha vivência nesse ano, senti que estava faltando algo importante em mim. uma garota que se colocava numa posição de força, se sente sem um pingo de personalidade pela primeira vez. e não era por mal. era porque passei tanto tempo só servindo a interesses que não me interessavam de verdade. depois de um bom tempo, parece que tudo ao meu redor perdeu significado. parecia que só passei pelas tradições, só por passar mesmo. gosto de Natais e Páscoas e da sensação de festividades e união, mas não sou cristã ou evangélica. ainda me importo muito com conhecimento e educação, mas não gosto como o sistema acadêmico é estruturado pra valorizar um tipo de mente e ainda levá-la ao ponto de exaustão e frustração. gosto da sensação de liberdade que os iluministas me deram, mas também gosto do conceito de equidade e apoio à igualdade e justiça, independente de quem seja, pois odeio conservadores rígidos nas suaa ilusões opressivas, e também militantes de internet que caem na mesma armadilha de oprimir quem pensa diferente. a pandemia deixou todos esses valores em cheque a mim, mas consegui redefinir alguns desses conceitos aos poucos na minha vida.
o fato real é que algumas das decisões que tomei não faziam sentido. eu só fui no calor do momento, levada pelas pressões sociais. no fundo, eu não queria a área acadêmica. eu queria a internet e trabalho independente. eu não queria ser apenas uma prodígio falsa que era uma boa aluna. eu queria viver sonhos maiores de vida e criar mais sonhos para as pessoas. e demorei muito pra perceber isso. foi dia após dia me afundando e me aprofundando na internet pra me encontrar. era quase obssessão, era quase passar o dia todo em busca sem sucesso. era passar 80 por cento do tempo pensando sobre quem caralho eu era, e nos outros 20 eu torcia para que tivesse um insight útil. é esse tipo de efeito que hiperfocos causam numa cabeça neurodivergente média. quando achava que estava tudo resolvido, mais uma angústia me afligia. todo dia, uma incerteza diferente.
e por acréscimo, minha avó esteve lidando com um quadro difícil de demência. e a cada vez que ela piorava, me sentia cada vez mais imponente e mal por ela. eu sou só uma garota, não pedi essa responsabilidade tamanha de sustentar uma idosa doente! ela perdida no espaço-tempo das lembranças cruzadas, e eu perdida no turbilhão de lembranças mal-resolvidas. não é justo ela passar por isso, pela morte interna lenta. não é justo não fazer nada por ela, sobrando apenas eu e minha mãe ao seu suporte. de qualquer forma, vou precisar correr atrás e buscar uma possível renda extra, mesmo sendo trocados por uma revisão de texto.
estive fazendo o meu melhor, com um tempo escasso e uma cabeça exausta quase sempre. algumas ambições teriam que ser deixadas pra trás, pelo simples fato de serem irreais. o blog ainda mantenho de pé, enquanto mantenho um possível trabalho e reflito se abro mão da faculdade. só preciso de uma forma melhor de divulgação para meu projeto, e dia desses eu encontro uma alternativa melhor que as editoras tradicionais. cansei de esperar alguém me notar. cansei de esperar um milagre do universo. os sinais foram dados há tempos, e não dá pra esperar mais. posso ser inteligente, mas não sou um gênio. eu nunca serei aquela estrela das redes, a influencer que ocupa o feed das contas de fofoca. talvez, eu nem seja reconhecida grandemente em vida, com milhões de fãs me parando pra autógrafos e fotos. os meios estão cada vez mais nichados pra tanta gente criando conteúdo e arte. não teria a menor chance de ser a próxima Bruna Vieira. sou só mais uma blogueira tentando sobreviver no meio de tantos dados impostamente rasos.
apesar dos apesares, foi uns bons 22 anos. difíceis, mas vou amadurecendo com isso. essa crise dos vinte, felizmente, está acabando e estou quase me resolvendo comigo mesma. sei que meu momento não tá lá essas coisas, mas não posso dizer que estive tentando o meu melhor.
💜 X'nO, Lilac P
eu vivi a crise dos 20 e poucos anos, e a sensação de não ter vivido o suficiente e dominou por meses. em algumas teorias atuais, a adolescência acabaria aos 24 anos. ou talvez, eu esteja só num estado de não me sentir adulta o suficiente, mesmo sendo maior de idade. e o ruim é que tem millenial se sentindo assim aos 30, e não julgo por isso. nem eu me sinto zoomer o suficiente, e acho que zillenial se encaixa melhor pra minha situação atual. sem lembranças do My Space, velha o suficiente pra achar o Tik Tok uma incógnita incompreensível, e levemente arrependida de não ter tido um Tumblr nos seus tempos de ouro só pra ter passabilidade pra me chamar de Tumblr Girl (e logo depois de uma rápida reflexão, um tico aliviada considerando situações de glamurização de transtornos mentais, magreza excessiva e hipersexualização ou pedofilia).
eu não estava me sentindo eu de fato. num momento curioso de minha vivência nesse ano, senti que estava faltando algo importante em mim. uma garota que se colocava numa posição de força, se sente sem um pingo de personalidade pela primeira vez. e não era por mal. era porque passei tanto tempo só servindo a interesses que não me interessavam de verdade. depois de um bom tempo, parece que tudo ao meu redor perdeu significado. parecia que só passei pelas tradições, só por passar mesmo. gosto de Natais e Páscoas e da sensação de festividades e união, mas não sou cristã ou evangélica. ainda me importo muito com conhecimento e educação, mas não gosto como o sistema acadêmico é estruturado pra valorizar um tipo de mente e ainda levá-la ao ponto de exaustão e frustração. gosto da sensação de liberdade que os iluministas me deram, mas também gosto do conceito de equidade e apoio à igualdade e justiça, independente de quem seja, pois odeio conservadores rígidos nas suaa ilusões opressivas, e também militantes de internet que caem na mesma armadilha de oprimir quem pensa diferente. a pandemia deixou todos esses valores em cheque a mim, mas consegui redefinir alguns desses conceitos aos poucos na minha vida.
o fato real é que algumas das decisões que tomei não faziam sentido. eu só fui no calor do momento, levada pelas pressões sociais. no fundo, eu não queria a área acadêmica. eu queria a internet e trabalho independente. eu não queria ser apenas uma prodígio falsa que era uma boa aluna. eu queria viver sonhos maiores de vida e criar mais sonhos para as pessoas. e demorei muito pra perceber isso. foi dia após dia me afundando e me aprofundando na internet pra me encontrar. era quase obssessão, era quase passar o dia todo em busca sem sucesso. era passar 80 por cento do tempo pensando sobre quem caralho eu era, e nos outros 20 eu torcia para que tivesse um insight útil. é esse tipo de efeito que hiperfocos causam numa cabeça neurodivergente média. quando achava que estava tudo resolvido, mais uma angústia me afligia. todo dia, uma incerteza diferente.
e por acréscimo, minha avó esteve lidando com um quadro difícil de demência. e a cada vez que ela piorava, me sentia cada vez mais imponente e mal por ela. eu sou só uma garota, não pedi essa responsabilidade tamanha de sustentar uma idosa doente! ela perdida no espaço-tempo das lembranças cruzadas, e eu perdida no turbilhão de lembranças mal-resolvidas. não é justo ela passar por isso, pela morte interna lenta. não é justo não fazer nada por ela, sobrando apenas eu e minha mãe ao seu suporte. de qualquer forma, vou precisar correr atrás e buscar uma possível renda extra, mesmo sendo trocados por uma revisão de texto.
estive fazendo o meu melhor, com um tempo escasso e uma cabeça exausta quase sempre. algumas ambições teriam que ser deixadas pra trás, pelo simples fato de serem irreais. o blog ainda mantenho de pé, enquanto mantenho um possível trabalho e reflito se abro mão da faculdade. só preciso de uma forma melhor de divulgação para meu projeto, e dia desses eu encontro uma alternativa melhor que as editoras tradicionais. cansei de esperar alguém me notar. cansei de esperar um milagre do universo. os sinais foram dados há tempos, e não dá pra esperar mais. posso ser inteligente, mas não sou um gênio. eu nunca serei aquela estrela das redes, a influencer que ocupa o feed das contas de fofoca. talvez, eu nem seja reconhecida grandemente em vida, com milhões de fãs me parando pra autógrafos e fotos. os meios estão cada vez mais nichados pra tanta gente criando conteúdo e arte. não teria a menor chance de ser a próxima Bruna Vieira. sou só mais uma blogueira tentando sobreviver no meio de tantos dados impostamente rasos.
apesar dos apesares, foi uns bons 22 anos. difíceis, mas vou amadurecendo com isso. essa crise dos vinte, felizmente, está acabando e estou quase me resolvendo comigo mesma. sei que meu momento não tá lá essas coisas, mas não posso dizer que estive tentando o meu melhor.
💜 X'nO, Lilac P

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