2023
se bem que desde a primeira propaganda eleitoral, já fiquei com pé atrás. às vezes, volto a confiar e penso que não tá tão ruim quanto quatro anos atrás. às vezes, penso que qualquer outro que tava no primeiro turno seria melhor que ambos os populistas mainstream vistos como “mitos” e “heróis da pátria”. além das questões de cima, me pergunto se xingo o presidente ao máximo pela insistência do petróleo ou de mesmo projetos antigos e no perdão incondicional às empreteiras, sendo que essa união com elas quase o condenou por corrupção, ou se me mantenho quieta pra não acordar o gado ainda ressentido. também me questiono com a necessidade da PL limitante e controladora das fake news, mas estou refletindo no quão útil pode ser, se bem reformada para regulação de fato, para deixar contas como a da Choquei no limbo da desimportância. odeio viver nessa corda bamba polarizada, receosa até com os possíveis futuros surtos na Argentina, pois entre um legado decepcionante já ultrapassado e um palhaço "anarquista" por marketing, eu prefiro o penhasco. e graças a todos esses deslizes de anos, estou deixando de de confiar nos grandes meios pela sobrevivência, sendo bem honesta. temo o ser humano e seu potencial de destruição, pois temporais ao excesso de São Paulo a região Sul, queimadas ao Norte, mudanças climáticas ocorrendo ao ponto de recordes de temperatura em quase todos os verões do mundo não me fazem confiar num retorno ao que era antes. e também não confio em governantes hiperdominadores, declaradores de guerra ou supremacistas silenciosos. e considerando a reputação do atual chefe de estado, estava até com uma expectativa boa depois das infelizes saudações a desprezíveis como Pinochet e a ditadura militar… mas parece que foi-se minhas esperanças da quebra do ciclo. francamente, não se troca um imperialismo frouxo com outro imperialismo frouxo, só porque é contra ocidente, meu querido. resgatar o termo “Terceiro Mundo” numa possível Segunda Guerra Fria, como um título empoderador melhor que a Terceira Via do ano passado, soa muito mais legal que passar pano pro Putin ou reduzir a vasta miséria da Venezuela a "narrativa", sabendo que nos afeta em termos de crise imigratória. e francamente, vá estudar sobre capacitismo! se não for pra te deixar menos culpado e envergonhado com a cirurgia, pelo menos inspira nas políticas públicas. mas ok. é purgatório que se fala, não?
enquanto a gente deixa o caos político pra depois, vamos relembrar quem se arrastou pra cima, ou tá quase lá por conta de incompetência e quebra de confiança. hum… Americanas? 123Milhas? Enel com sucessivos apagões? T4F e a organização mal feita desde o caso dos cambistas até a burrada fatal de não preservar os fãs no calor do cão antes do show da Taylor Swift? (que Ana Benevides tenha sido bem recebida pelo universo junto com seu novo amigo Gabriel, vítima da também incompetência da segurança do Rio) Braskem e as burradas que deixaram parte da população de Maceió desabrigada e vendo seus bairros afundarem? vinícolas na região Sul associadas a trabalho escravo? (quem dizem ser análogas, mas vamos ter clareza com o modo como “trabalho análogo a escravidão” deve ser chamado) sinceramente, falta respeito com consumidores, e às vezes com a própria classe de funcionáries que fazem o seu melhor com suas motos, carros e ferramentas e não recebem garantias nem dos grandes aplicativos. e é um fato geral que ganância e lucro parece ser mais importantes para algumas empresas, corporações, até Estados, independente da ideologia de quem tá no poder. e provavelmente o “Xuíter” vai ter o mesmo caminho em alguns anos, pois senhor Musk não tem o menor senso de como usar a liberdade de expressão de forma madura.
é efeito borboleta fácil. vamos de um simples post e retweet, para atentados em escolas, materiais impactantes de guerras e mortes ganhando relevância, e discursos de ódio cada vez mais intensos por divergências de visões numa guerra complexa demais pra ser resumida em rixinha de lados e etnias ou religiões. não sei de muita coisa sobre guerras (algo que devia ser dito mais vezes). só sei que Hamas é a vergonha de uma Palestina que nem conseguiu sua digna e merecida independência, e alguém do governo israelense poderia avaliar possibilidade de impeachment a Netanyahu e à máfia de alt-righties fãs de apartheid, pelo amor das vidas dos povos envolvidos do litoral do mar ao rio, com especial atenção a boa parcela de uma Gaza maltratada. mas quem sou eu pra falar de Oriente Médio quando sou uma besta insignificante do Sul Global? e quem seria eu se Guiana fosse invadida numa guerra perto de mim? eu não tenho poder de nada, a não ser de escrever e publicar na grande rede. e onde o pessoal estava enquanto um navio de refugiados naufragava perto da Grécia, no meio do resgate de milionários num submarino? fazendo piada das mortes dos milionários, evidentemente, pois se enganaram pelo poder midiático e se renderam a um revanchismo mórbido e nojento, quase virando os mesmos classistas opressores que costumam criticar. e é tão fácil ser justiceiro ruim, que até um youtuber aparece num documentário sobre a burra correlação entre violência e videogames, sem ter feito nada pra merecer isso. mas enfim, espero ver como Threads vai se sair daí em diante. fiquei com raiva do Zuckerberg no primeiro momento por se apropriar de algo típico do Twitter, mas não vejo mais nenhuma esperança por lá, pois até o humor de lá ficou fuãn fuén fuõn.
se bem que tá difícil ver alguma esperança no uso contínuo de redes sociais pra variadas coisas a não ser pra divulgar trabalho (pelo menos aqui, eu vejo um uso bom). melhor, o ser humano não sabe usar bem as tecnologias de forma aceitável. uma hora, descoberta de crimes horríveis dentro do Discord, ou manipulações de conversas gravadas, feitas por um youtuber de cabelo vasto vermelho cobrindo um cérebro mal feito de vilão de anime, só pra viralizar na internet. na outra, empresas do Tigrinho e da Blaze enganam o público só com publis de influentes youtubers e instagramers, não pagando os prêmios aos clientes e tomando seu dinheiro por interesse próprio. ok, os joguinhos de aposta nos enganaram direitinho, tanto na internet, quanto nos Campeonatos Brasileiros anteriores. se bem que esse foi o ano da enganação aos consumidores e seguidores, pois até uma dita influencer criou uma linha de maquiagem péssima só por criar, e continuar com suas falcatruas vigaristas de sempre. e fracassou dessa vez, pois se notava a qualidade “boa” demais pra ser verdade. ao menos, renderam umas boas piadas, tanto a base que supostamente não tinha ativos que cuida da pele, quanto ao rap mais vergonhoso ainda do marido. provavelmente, nem era rap dele, e sim da loira picareta, aquela mulher controladora de tudo e exibida.
e por incrível que pareça, o papo sobre redes sociais ainda não acabou. não falei das infinitas bizarrices do TikTok, o queridinho do momento. falam tanto que só faz faculdade quem não se garante por lá, mas até mesmo quem é tiktoker não se garante e é barrado antes do TikTok Awards. não dá pra confiar muito. sendo honesta de coração e tentando reunir o máximo que lembro de uma rede que felizmente não uso e nem me vicia, não há nada de realmente bom por lá. naturalização de pedofilia nível mucilon. abordagens rasas do autismo e do TDAH (como autista, eu me preocupo do quanto explicam minha condição de uma forma rasa, ao ponto de dar uma impressão de “trend” e logo alimentar as neuroses de gente psicofóbica). discussão pra saber se capivara é pet ou não (só torci pela treta e pela Filó, mesmo). lives de NPC. império romano (e eu queria que o meme fosse mais sobre história e teorias das quedas de potências, do que sobre masculinidade esteriotipada). assédio por acesso grátis no Only Fans e no Privacy (por que envolveram o icônico Beiçola só pra apelidar uma puta dita cuja de lá???). Calvo do Campari e redpill company se aproveitando da angústia masculina. SUPERVULGAR e pseudofeministas company que não compreendem a angústia masculina. funkeira insuportável que não sabe o básico de classificação indicativa e que vai me assombrar sempre quando eu estiver comendo pipoquinha. resgate do Naldo do além pra dizer que ele é mentiroso. (eu achava que o cara sumiu depois das polêmicas com relação a violência contra a Mulher Moranguinho. se bem que Chris Brown tá bombando até agora…) confusão com reforma de apartamento da Dora… ou seria Doma? não me importo. não há algo que salve por lá. até as piadinhas sobre Xamuel são sem graça, mesmo ele sendo o menos pior até agora entre essa gente maluca a qual damos palco, pois fala que maquiagem é pra quem quiser. eu não queria nada disso. eu só queria descobrir “escrito nas estrelas” sem precisar de participante de reality show cantando a música, pois prefiro exclusividade singular a viralização sem nexo.
talvez, eu tenha cansado do ser humano com neurônio derretendo na net, e desde então tô exausta e cínica e cética. isso num momento em que avatares criadores de conteúdo de inteligência artificial ainda não estão tão fortes assim. e serão impassíveis de cancelamento por falta de ética em breve, de tão irritantemente perfeitos que podem ser num Metaverso mais irritantemente perfeito ainda. nem chamados de fake natty serão. não é como se pudessem se encontrar com o iludido do Cariani para ter suplementos adulterados. eles criam seus próprios músculos e personalidade, ué. ou será que vão? a gente tá perto dos tempos onde robôs e inteligências artificiais começarão a conviver em sociedade com humanes de carne e osso. ChatGTP, por exemplo, não tem uma forma definida, e virou algo bem grande e tem respostas prontas pra muita coisa (mesmo sendo bem rasas). ainda não pensa em ser uma estrela da internet, mesmo depois de ter 15 minutos de fama, mas seus coleguinhas podem até dizer que fizeram história e colaboraram na última música dos Beatles. e pode ser um drama de Gen-Z que poderia nem saber quem são eles, mas eu sou a única que não aguenta mais esse hype hoje fraco do Beatles? não que sejam ruins. dificilmente diria "ok, boomers" pra eles, pois odeio chatinhas etaristas da minha idade zoando gente boa na faculdade com seus 40 anos ou mais. mas sei lá, vejo eles mais como algo cult nichadinho que não é mais pra todo mundo. é tão blé quanto continuar a admirar a monarquia britânica, onde só tem a Kate de razoável. mas não é hora de falar de dinossauros e abordagens aristocráticas antigas, e sim de robôs quase virando gente como a gente, criando sonhos até pra si para quando, por exemplo, quererem ser divas pop. quando for o caso, e quando um deles fazer sua turnê para divulgar suas futuras eras musicais ou covers sobre traição, não joguem nada nele, por favor. senão, tilta na sensibilidade da dor pixelada e não pode mais cantar, coitado.
sei que provavelmente tô escrevendo um monte de coisa aleatória, mas trazer “covers sobre traição” me fez lembrar que o povo fez mil covers diferentes das recentes faixas da Shakira, Miley Cyrus, Luíza Sonza… todas aprendendo pela dor de uma decepção por pessoas ridículas. até achava boa ideia trazer questões sobre traição e exposição dos fatos, mas depois do genro e do sogro, eu tenho lá minhas ressalvas sobre isso (e também sobre a última citada, que poderia ficar um aninho numa cabana, pra ver sumir os fantasmas dos ex-namorados e do racismo burro que ela mesma causou). ainda assim, sei que todas as chorosas traídas e frustrados traídos sempre dão seu melhor num meio de Neymares da vida — e “Neymares” vai ser gênero neutro aqui, ok? sinceramente, nem chamo esse moleque de “Adulto Ney”, pois adulto que é adulto toma responsabilidade. eu chamo de “Marmanjo Ney”, que condiz mais com sua vibe imatura e cara de pau. e não, obrigada, não quero o hexa vindo de um gol seu, meu querido. a gente vai estar bem se dermos mais valor ao trabalho em equipe do que dependendo de “craques”. eu quero agora uma taça da copa de futebol feminino, e mesmo sem Marta — o que, confessando com todo respeito do mundo pra ela e pra sua grande história, vai ser bom pra começarmos a pôr minha ideia de time primeiro em prática ao longo dos quatro anos, uma vez que as espanholas levaram a melhor hoje na Oceania (bom… dentro do possível depois do beijo, mas dá pra resolver isso com mais calma com estudos sobre assertividade).
e agora? o que vem depois? enquanto todo mundo sofre pela separação de Sandy e se apegam emocionalmente a casais distantes, eu me preocupo com pessoas tóxicas aos montes nos nossos meios, o que não parece ser o caso dela e do ex. são até hoje cuidadosos com a imagem do filho, algo raro na era da hiperexposição e de crianças sendo influencers e dependentes de publis contra a vontade delas. também, faz tempo que mães e pais se aproveitam de crianças prodígios nível Larissa Manoela, MC Melody e Britney Spears pela fama e retorno financeiro. também é comum maridos se aproveitarem de mulheres como Ana Hickmann, ao ponto de serem violentos. e ainda é possível ver mulheres como Lizzo se aproveitarem e abusarem do poder por cima de funcionárias, esquecendo do exemplo que poderiam dar como ícone de empoderamento feminino e sororidade (ou pelo menos, criar uma impressão disso). até instituições grandes, como a igreja, controlam desde seus relacionamentos e comportamentos — não pode ser homoafetive e se casar com quem partilha do mesmo gênero que o seu, de acordo com um pastor que tentou um referendo, uma provável decepção do Papa. o que explica porque Priscilla cansou da hipocrisia do gospel e pulou pra hipocrisia do pop brasilieiro pós-moderno, pois qualquer abordagem palhaça de cantar uma letra besta de dança e adotar um visual ambíguo soa melhor que cantar uma reza vazia e receber dízimo desviado. antes fizesse que nem Manu Gavassi: meter o pau na doutrina cristã desatualizada e na indústria de hoje, enquanto recita Bonde do Tigrão.
o que posso esperar? tudo é complexo, estranho, polêmico. às vezes, mesmo com boas intenções, se ignora algo e tem boatos de benefícios injustos, como o transplante de coração do Faustão. o ruim é que todo mundo merece ser salvo, tanto ele e outras pessoas relevantes, quanto gente menos poderosa e esquecida. MC Marcinho ficou na fila por um coração artificial por tempo demais e não aguentou. poderia ter sido poupado como o apresentador foi. pelo menos, deram atenção pra importância da doação de órgãos. e não foi só Marcinho que nos deixou. Tina Turner, Palminha, Rita Lee, Glória Maria, Matthew Perry que trouxe um dos friends Chandler, um aspirante ator enganado por golpistas e agiotas… e quase perdemos Kayky Brito por atropelamento. a vida é curta, mi amigles. mas ainda vale a pena por algumas coisas mais que vou citar no próximo parágrafo.
finalmente, tivemos a volta dos shows e das aglomerações, variando de bienais literárias e cinemas cheios, a festivais musicais com Bruninho Mars e grande atrações. uma das pérolas de agora foi Beyoncé de “vai ou não vai” o ano todo pra então ir pra Bahia. pode ser que traga tour um dia pra cá? talvez. mas enquanto beyhives daqui especulam, me lembro que, apesar do apesares, “The Eras Tour” rendeu bons momentos. rendeu sim, vai. Tay perde um pedaço do salto, e vira relíquia para um swiftie feliz que o resgatou, com suas mãos decoradas de pulseiras de miçangas compradas na praia de um vendedor hippie ou estudante de humanas. isso vale mais a pena do que qualquer rancor e infelicidade, mesmo na indignação e raiva. música de lado um pouquinho, e nos lembremos das discussões de Barbie e Openheimer, tanto no sentido social, quanto em… tretas bobas da internet mesmo, pois parece que tudo é levado ao extremo. ou talvez no meme, como foi na descoberta do filme de uma cabra falante do nada, e de seu conteúdo nem tão infantil quanto acham que uma animação devia ser, ou num filme besteirol sobre duas lésbicas passivonas sem talento formando um clube da luta. pelo menos, não é como The Idol que tinha intenções interessantes e falhou miseravelmente na mensagem, como boa parte das adaptações de livros do Wattpad falham agora só por existirem pelas premissas bagunçadas das obras originadoras. até a greve de roteiristas, atores e atrizes da indústria estadunidense rendeu muita ideia a se pensar. se bem que Hollywood, junto com o mercado de anglopop, precisa aprender a baixar a bola um pouco enquanto se acostumam com IA e streaming. a produção de sons, dramas e desenhos/animes leste-asiáticos, as novelas turcas, o reggaeton daqui e os beats africanos estão fazendo mais por uma cultura autêntica do que eles. sinto muito dizer, mas precisamos ter honestidade aqui, mesmo que ainda façam coisas interessantes. não sei vocês, mas quero algo novo além dos filmes da Marvel e os live actions da Disney, mesmo sabendo que Halle foi brilhante como Ariel numa releitura razoável da Pequena Sereia. parece que tudo tá razoável no entretenimento. nem a sequência da Fuga das Galinhas escapou do razoável...
provavelmente, esqueci uma coisa ou outra nesse ano, mas é o que tentei pra resumir em uma ordem bem nada ver. a conclusão que chego é que 2023 foi o puro suco do surto e do caos, como todos os anos anteriores. estou cansada, e querendo um mês a mais no ano em vez de redução de jornada de cinco pra quatro dias (não é uma má ideia), pois ser humano médio não tem mais paz nessa joça. se precisarem de mim, estarei num mercado pra estourar balão e ver se vou ganhar um kitcopo. quero tomar vinho chique em copo barato em 2024 com carinha de Moai, pra me sentir uma fina señorita.
💜 X'nO, Lilac P

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